A guerra da Ucrânia- I

Ao debater a guerra na Ucrânia, em face das díspares consequências, decidi repartir o argumento para melhor entendimento. E, obviamente, em face da importância e potencial impacto a questão humanitária é prioritária.

À data desta publicação, e sem noção do potencial hiato temporal da guerra, as Nações Unidas referiram que o impacto do conflito era o mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial! E, a prestação de ajuda humanitária está fortemente condicionada, sendo um exemplo Mariupol. Nesses casos, e em face das condições climatéricas da Ucrânia, comida, roupas e energia para aquecimento.

Segundo o porta-voz das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários na Ucrânia a guerra promoveu a deslocação de 11 milhões de pessoas, ou seja, objetivamente 25% de ucranianos procuram refúgio e segurança. Destes 11 milhões estima-se que:

  • 4 milhões são refugiados externos (pedidos de ajuda a países como Moldávia, Polónia, etc)
  • e, metade da população ucraniana perdeu o emprego e/ou dificilmente a curto prazo o irá recuperar

O esforço financeiro imediato das Nações Unidas, via Fundo Central de Resposta de Emergências, responde às necessidades de pelo menos 600 mil pessoas é na ordem dos 40 milhões de dólares enquanto o país aguarda financiamento. Em face do contexto, o Comité Internacional da Cruz Vermelha tem dialogado com as partes beligerantes (Rússia e Ucrânia) sobre as suas obrigações segundo o Direito Internacional Humanitário (DIH); assim como, quais as medidas limitadoras do sofrimento de civis e não participantes das hostilidade (inclui feridos, doentes e prisioneiros de guerra).

A criticalidade do processo visa criar corredores humanitários de forma urgente, pois estes configuram áreas geográficas desmilitarizadas para evacuar pessoas e permitir a entrega de ajuda humanitária a civis durante o conflito armado. Até porque, até ao momento, os corredores e rotas de evacuação não têm apresentado o ambiente neutro, seguro, eficaz e inclusivo para que os civis deixem a Ucrânia. Por outro lado, a combinação estratégias de desinformação e desconhecimento temporal do conflito, não permitem estimar com uma probabilidade elevada o número potencial de deslocados e/ou refugiados assim como de mortes.

Em suma, as questões a colocar são simples: i) qual o verdadeiro motivo para o conflito; ii) quais as consequências num futuro relacionamento entre a Ucrânia e a Rússia; iii) quais os custos do conflito em ambos os países? iv) qual o alcance a nível mundial do conflito; e) que organização geopolítica mundial emergirá deste conflito? Estas e outras respostas serão “alvo” de reflexão nas próximas publicações…