O conceito de sustentabilidade remete-nos por norma para sermos capazes de satisfazer as necessidades humanas, sem comprometer o ambiente e a vida das gerações futuras. O desenvolvimento sustentável é um tópico determinante na sociedade atual, contudo já se questionou sobre o conceito de investimento sustentável?
Um investimento sustentável consiste em práticas e estratégias de investimento que têm em conta fatores ambientais e sociais para gerar retorno a longo prazo. Estes produtos financeiros são analisados para que se certifique que são cumpridas as práticas de sustentabilidade da empresa. É comum pensar-se neste investimento como “investimento verde”, não sendo igual ao restante o que não é de todo verdade. A diferença reside no foco para além do retorno financeiro (incentivo às empresas para a responsabilidade socioambiental).
Este tipo de investimento está relacionado com o ESG (Environmental, Social and Governance), um indicador que regula boas práticas empresariais e de investimento que incluem a sustentabilidade. Alguns aspetos considerados pelo ESG são os impactos ambientais e sociais, a gestão de resíduos e as emissões de carbono. A adoção deste indicador representa uma mudança na relação empresa-investidor, principalmente pela empresa, porque adotar práticas sustentáveis são inclusas na estratégia financeira.
Várias são as razões que demonstram compensar o investimento nestes fundos. A Global Sustainable Investment Aliance revela que, no período de 2016 a 2018, o investimento sustentável teve um crescimento considerável na maior parte das regiões do mundo. Representou 48% do total dos ativos na Europa e mais de 50% no Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Para além da crescente mentalização do valor financeiro associado aos fundos sustentáveis, as motivações dos investidores também mudaram fruto do contexto. Por exemplo, a ajuda à implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), o combate às alterações climáticas e o desejo de impactar positivamente a sociedade são agora catalisadores de investimento.
E Portugal não é exceção, o interesse no tema é crescente, todavia nem todas as organizações incorporaram nos fundos que gerem tais preocupações. É um fenómeno gradiente para os próximos anos, sendo exemplos positivos a Caixa Investimento Socialmente Responsável, o Santander Sustentável Fundo Misto e CAESG Sustentável 2025.
Em suma, é importante garantir que o rótulo de sustentabilidade não se cinge a uma estratégia de marketing! Lembremos, por exemplo, que algumas empresas produtoras de energia, possuem estes fundos e a sua pegada ecológica não diminui; nem aumenta a sua relação com as comunidades locais.
