Matérias-primas: Análise de tendências

A escalada de preços nos últimos meses dos preços das commodities (exemplo: soja, milho, minério de ferro e cobre) tem promovido um debate entre os economistas sobre a sua continuidade e motivos relacionados.

Mas o que significa commodities? Expressão económica da língua inglesa referente a um determinado bem ou produto de origem primária comercializado nas bolsas mundiais, com elevado valor comercial e estratégico. Por norma, associado a recursos minerais, vegetais ou agrícolas devido à sua esfera de influência no setor industrial e necessidades básicas da população.

E, apesar da definição ser consensual, há um desacordo entre os economistas sobre o ciclo das commodities. Uns defendem que se trata de um ciclo contínuo desde a recuperação da crise económica mundial de 2008, outros argumentam ser um comportamento típico do mercado (recuperação das perdas evidenciadas em 2020).

Todavia, existem um conjunto de razões objetivas para o comportamento recente das commodities. Fruto do choque económico mundial provocado pela pandemia denota-se uma recuperação global sincronizada das economias. Esta sincronização mais ou menos lenta está a ocorrer e, independente da continuidade da pandemia, os agentes económicos têm vindo a ajustar-se à nova realidade (ao contrário do desconhecimento inicial).

A preocupação crescente com a sustentabilidade pode incrementar a procura de minerais relacionados com tal mudança. Obviamente que as opções tecnológicas não podem ser ignoradas, pois reconhecem diferentes desafios, resultados e consequências. E, sem uma séria e ética avaliação, as consequências podem não ser mitigadas.

O Fórum Económico Mundial estima que 1,5 biliões de pessoas para a classe média na Ásia nos próximos nove anos, com destaque para a Índia, que deve crescer entre 6,5% e 7% no período. Tal é revelador de uma procura de produtos agrícolas e cujas consequências ambientais serão muito elevadas.

E, claro, as sucessivas injeções de moeda pelas diferentes economias mundiais irão impulsionar a procura e os preços de commodities metálicas para investimentos em infraestruturas e/ou reorganização das cadeias produtivas. Contudo, esta resposta monetária traduz outros desafios à economia (ciclo contínuo de crises fruto da não relação com os metais preciosos disponíveis).