Previsões económicas 2023:  O preço do dinheiro e a inflação

Em dezembro de 2022 o Banco Central Europeu (BCE) reavaliou e incrementou as taxas de juro diretoras da Zona Euro. O seu valor atual é de 2,5%, o mais elevado desde 2008, contudo expetável em face do contexto (nível de inflação e o comportamento da economia americana) e da visão macroeconómica do BCE.

Note-se que ainflação na Zona Euro fixou-se nos 10,1% em novembro e 9,6% em dezembro; atingindo, assim, os valores mais elevados das ultimas décadas. Prevê-se que a inflação no espaço euro continue superior ao objetivo do BCE, o que pressupõe adoptar medidas monetárias como forma de combate à inflação. Um exemplo desta política são as medidas tomadas no final do ano de 2022.

O aumento dos juros diretores visa combater a inflação, obriga a uma continuidade significativa do comportamento das taxas (realidade contrária ao momento económico). No entanto, o combate à inflação não é exclusivo dos bancos centrais, os Estados e as empresas devem moderar as políticas orçamentais, as margens de lucro e/ou incrementos por efeito espelho (concorrência o promoveu).

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou em novembro que as políticas monetárias dos bancos centrais e, as políticas orçamentais dos governos devem demonstrar um alinhamento com a redução da taxa de inflação. Caso contrário, a tendência das taxas de juro manter-se-á por um hiato temporal alargado.

Em 2023, o desafio dos principais bancos centrais, é encontrar uma solução equilibrada entre as taxas de juro e a estagnação e/ou crise económica. Todavia, este trade-off depende do comportamento dos agentes económicos e da “mensagem” económica dos bancos centrais.