O segundo semestre de 2023 reconhece perspectivas económicas promissoras para Portugal e, um cenário global marcado por desafios e divergências. Este cenário resume as questões contextuais como a continuidade da guerra na Ucrânia, a tensão política e económica latente entre China, EUA e União Europeia (UE) ou, profundas alterações climáticas.
A Comissão Europeia preconiza um crescimento da economia portuguesa na ordem dos 2,4% em 2023, superando significativamente as economias da Zona Euro e UE, cujas estimativas indiciam intervalos de 1,1% e 1% respetivamente. Este crescimento resume o bom desempenho da economia em 2022 e primeiro trimestre de 2023, impulsionado pelas exportações, pelo turismo e Jornadas Mundiais da Juventude em Portugal.
E, a nível global, a recuperação económica está a desacelerar com divergências entre setores e regiões. A projeção do crescimento global contraiu de 3,5% para 3,0% em 2023 e 2024 à luz do comportamento das taxas de juro enquanto medida de combate à inflação via bancos centrais. Logo, a inflação global deve diminuir de 8,7% para 6,8% em 2023 apesar dos riscos permanecerem. A estabilidade financeira é uma preocupação contínua, com possíveis tensões nos mercados em resposta a políticas monetárias restritivas.
Todavia, os dirigentes europeus, assumem como prioridade garantir a estabilidade financeira e conter a inflação; sendo expetável que, a postura dos bancos centrais não se altere, enquanto os países geram reservas fiscais e implementam ajustes fiscais direcionados aos mais vulneráveis. Ainda assim, importa referir que estímulos à oferta, facilitam a consolidação fiscal e uma suave redução da inflação.
Em suma, o segundo semestre de 2023 apresenta oportunidades para Portugal, mas a economia global enfrentará desafios complexos que exigirão ação coordenada para garantir uma recuperação sustentável.
