“Quiet Firing”, a consequência do conflito passivo-agressivo

O “quiet firing” ou “despedimento silencioso” é um fenómeno que consiste nas limitações que o gestor coloca ao desenvolvimento dos colaboradores. Exemplos são: i) da ausência de progressão na carreira e/ou salarial; ii) impedimento de participar em projetos; e, iii) minorar ações de desenvolvimento pessoal. E, não sendo um fenómeno recente, não deixa de ser uma preocupação crescente das organizações.

Com o trabalho híbrido e o trabalho remoto tornou-se mais frequente a falta de conexão entre os gestores e as suas equipas; contudo, tudo depende do nível associado ao sentimento de pertença e/ou cultura organizacional. Tal realidade, promove um sentimento de desvalorização e abandono nos colaboradores. Ainda assim, o “quiet firing” pode ser observado em situações como: i) a atribuição de tarefas com objetivos inatingíveis; ii) a recusa constante de pedidos de folgas; iii) a falta de feedback; iv) o desinteresse em momentos de um a um (reuniões e/ou momentos de lazer); v) incapacidade de auscultar críticas nas reuniões de equipa; vi) não valorizar o esforço individual; entre outros.

Quando acontece este distanciamento, existe a expectativa de que o colaborador apresente demissão por vontade própria. Todavia, a sua origem pode ser díspar: i) baixos níveis de confiança nas competências do colaborador; ii) diminutas competências de liderança por parte do gestor; iii) desinteresse ou falta de tempo/capacidade para conversar com os colaboradores sobre o seu desempenho.

Este fenómeno pode ser minimizado através da integração de um processo de acompanhamento progressivo, ou seja, os colaboradores sentem-se mais acompanhados no desempenho das suas tarefas. E, o gestor entenda quais as medidas a adotar para que o colaborador obtenha melhores resultados e se sinta motivado. A empresa deve ainda disponibilizar aos seus gestores formação relacionada com a identificação de alguns comportamentos típicos dos colaboradores referentes a distanciamento. O objetivo é facilitar a comunicação entre ambas as partes.

Em suma, para que os colaboradores se sintam envolvidos, valorizados e motivados é essencial existir um espaço para progressão e com um papel relevante na organização. Tal realidade ocorre via planos de melhoria, estabelecimento de objetivos e conversas regulares, para diminuir a probabilidade do “quiet firing”.